Contextualização

"The only reality is mind and observations, but observations are not of things. To see the Universe as it really is, we must abandon our tendency to conceptualize observations as things." [ ...] "The Universe is immaterial — mental and spiritual. Live, and enjoy". The Mental Universe, by Professor Richard Conn Henry, July 2005, Department of Physics and Astronomy, Johns Hopkins University

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Temos, não um, mas três cérebros - qual deles toma as decisões?

Sabia que possuímos 3 cérebros? Leia o seguinte texto e perceberá a diferença entre eles!

O cérebro humano é o sistema mais complexo que se conhece e sabe-se que no nosso cérebro existem 3 sistemas cerebrais distintos, que apresentam determinadas funções e características específicas de funcionamento.  Os tipos de cérebro são o reptliano, médio e humano ou neocórtex, que em seguida serão explicados.

            Portanto, o cérebro reptliano é constituído pela porção final da medula e cerebelo, assemelhando-se ao cérebro dos répteis e, deste modo, possui esta designação. É responsável por funções básicas como o controlo do batimento cardíaco, a respiração, a digestão e manutenção da postura corporal.  Este tipo de cérebro comanda as nossas emoções mais primitivas como o medo, o desejo e a raiva.

Já o cérebro médio é constituído por pelo hipotálamo, o hipocampo e a amígdala cerebral, caraterizando-se como o local onde se encontra o centro da afetividade e onde são processadas as emoções, como a tristeza, angústia e alegria. A amígdala cerebral apresenta a capacidade de reconhecer a partir do rosto de uma pessoa se essa se encontra triste ou contente.
Nesta parte do cérebro é o local onde se encontram o centro das recompensas, que se encontram em constante interação com o córtex cerebral.

Por fim, o cérebro humano ou neocórtex é a porção que se desenvolveu mais recentemente no nosso cérebro. O neocórtex é constituído por seis lobos que são o frontal, parietal, temporal, occipital e insular. Cada lobo do neocórtex é responsável por desempenhar determinadas funções específicas.  De uma forma mais generalizada, este tipo de cérebro é responsável pelo processamento de informações e a realização de algumas atividades cognitivas, como por exemplo a compreensão e a memorização.

Segundo o neuromarketing, qual destes cérebros controla a decisão dos consumidores?
A resposta é alarmante para a visão que temos de nós próprios ...


Praticar a Vacuidade - libertação do sofrimento



“O propósito de compreender a vacuidade e meditar sobre ela é livrar a nossa mente de concepções erróneas e aparências equivocadas, para que nos possamos tornar um ser completamente puro, ou iluminado, um ser livre, ou seja, possuidor de uma mente vazia.”

Foi praticamente assim que terminamos o post anterior sobre a Vacuidade (Emptiness), e é do mesmo modo que iniciaremos este próximo post aprofundando o que são concepções erróneas e aparências equivocadas.

A vacuidade consiste na pura e verdadeira felicidade, na felicidade suprema, na fuga do mundo conceptual para o mundo real e vazio. A vacuidade liberta-nos de apegos, medos, perdas, instintos e qualquer outro tipo de conceitos que sirva como elo de separação de pessoas, causas, objetivos ou mentes. 

Naturalmente que não será fácil alcançar este estado, mas também ninguém disse que assim seria, e, portanto, temos uma vida para nos dedicarmos a tal. Mais importante ainda, temos o AGORA para nos dedicarmos a tal propósito. 

Entender a vacuidade passa por perceber o que nos impede de a alcançar – as concepções erróneas e aparências equivocadas.

Neste contexto:
=> o termo “concepção errônea” refere-se à ignorância do auto-apego – uma mente conceitual que se agarra aos objetos como se fossem verdadeiramente existentes; e,
=> “aparência equivocada” refere-se à aparência de existência verdadeira dos objetos.

 Concepções erróneas: ignorância do auto-apego

Resultado de imagem para auto apego budismoExistem dois tipos de auto-apego: de pessoas e de fenómenos. Com o primeiro, agarramo-nos ao nosso próprio eu e ao eu dos outros como se fossem verdadeiramente existentes; com o segundo, agarramo-nos aos demais fenómenos como se fossem verdadeiramente existentes. 

As mentes que apreendem nosso corpo e mente, nossas posses e o mundo como verdadeiramente existentes são exemplos do auto-apego de fenómenos. 

A principal finalidade de meditar sobre a vacuidade é reduzir e, por fim, eliminar os dois tipos de auto-apego. 


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"O apego é exatamente o oposto do amor"

O auto-apego é a fonte de todos os nossos problemas; nosso sofrimento é diretamente proporcional à intensidade do nosso auto-apego.



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Por exemplo, quando nosso auto-apego está muito forte, ficamos aborrecidos até quando alguém nos provoca de brincadeira, ao passo que em outras ocasiões, quando está mais fraco, podemos até rir com a pessoa que nos provocou. 

Uma vez que tenhamos destruído por completo nosso auto-apego, todos os nossos problemas desaparecerão naturalmente. 
Até temporariamente, meditar sobre a vacuidade é muito útil para superarmos ansiedade e preocupações (fonte).

Aparências equivocadas: dualidade sujeito-objecto 
Para compreender como o sofrimento aparece, pratique observar a sua mente. Comece simplesmente deixando-a relaxar. Sem pensar no passado nem no futuro, sem sentir esperança nem medo em relação a isto ou aquilo, deixe que ela repouse confortavelmente, aberta e natural. Nesse espaço da mente não há problemas, não há sofrimento. 
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Então, alguma coisa prende sua atenção – uma imagem, um som, um cheiro. Sua mente se subdivide em interno e externo, “eu” e “outro”, sujeito e objeto. 
Com a simples percepção do objeto, não há ainda nenhum problema. Porém, quando você se foca nele, nota que é grande ou pequeno, branco ou preto, quadrado ou redondo. 
Então, você faz um julgamento – por exemplo, se o objeto é bonito ou feio. Tendo feito esse julgamento, você reage a ele: decide que gosta ou não gosta do objeto.
É aí que o problema começa, pois “Eu gosto disto” conduz a “Eu quero isto”. Igualmente, “Eu não gosto disto” conduz a “Eu não quero isto”. 
Se gostamos de alguma coisa, se a queremos e não podemos tê-la, nós sofremos. Se a queremos, a obtemos e depois a perdemos, nós sofremos. Se não a queremos, mas não conseguimos mantê-la afastada, novamente sofremos. Nosso sofrimento parece ocorrer por causa do objeto do nosso desejo ou aversão, mas realmente não é assim – ele ocorre porque a mente se biparte na dualidade sujeito-objeto e fica envolvida com querer ou não querer alguma coisa.
Com frequência, pensamos que o único meio de criar felicidade é tentando controlar as circunstâncias externas da nossa vida, tentando consertar o que nos parece errado ou nos livrar de tudo o que nos incomoda. Mas o verdadeiro problema encontra-se em nossa reação a estas circunstâncias. O que temos que mudar é a mente e a maneira como ela vivenciamos a realidade (fonte - ler mais ...)
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A conceptualização não é o caminho para descobrirmos a nossa luz, descobrir a verdade última, esta apenas descobre a tua verdade privada, a tua verdade pessoal, por isso, nós lutamos por cada uma das nossas verdades porque a tua verdade e a minha verdade são diferentes. Esta será a maneira de causar problemas. Mas, pelo menos, tu necessitas de respeitar a verdade dos demais", dito pelo mestre Tulku Lama Lobsang sobre Sectarismo



Assim sendo, o universo é mental, a felicidade é vazia (de conceitos e dualidades). 
Qual será a tua verdade?

Veja também a realidade além da própria realidade, este será um dos assuntos abordados no próximo post, esteja atento!

Sugestões de Leitura:
 Breve História do Monismo
A Mecânica Quântica e o Pensamento de Amit Goswami (UNL-FCT - Dissertação de Doutoramento

O Poder da Mudança - Desenvolvimento Pessoal

O conceito mudança (aplicada ao desenvolvimento pessoal) é bastante mais complexo que aquilo que está a pensar! 


Existem duas categorias de processos de mudança:


⟴Cognitivo/Experiencial

➵Elevação da Consciência - Esforços feitos pelo indivíduo na procura de novas informações e na procura de perceber e receber feedback acerca do comportamento problemático; 
➵Alívio Dramático - Aspetos afetivos da mudança envolvendo, muitas vezes, experiências emocionais intensas relacionadas com o comportamento problemático;
➵Reavaliação do Contexto - Considerações e avaliação por parte do indivíduo sobre como o comportamento afeta o envolvimento físico e social; 
➵Auto-Reavaliação - Reavaliação cognitiva e emocional dos valores por parte do indivíduo em relação ao comportamento problemático;
➵Libertação Social - Tomada de consciência, disponibilidade e aceitação do indivíduo de formas alternativas de estilos de vida, sem problemas, em sociedade.

⟴Comportamental/Envolvimento 

Contra-condicionamento - Substituição de comportamentos alternativos para o comportamento problemático;
Relações de Ajuda - Aceitação, confiança e utilização do suporte de outros significativos durante as tentativas de mudança;
Gestão de Reforços - Alteração das contingências que controlam ou mantêm o comportamento problemático;
Auto-Libertação/Libertação pessoal - A escolha do indivíduo e o seu comprometimento para mudar o comportamento problemático, incluindo a crença de que pode mudar;
Controlo de Estímulos - Controlo das situações, outros sujeitos ou causas que pode desencadear o comportamento problemático.




Se tem algo para mudar na sua vida, apresse-se ...     e mude-se a si próprio.



A mudança pode parecer assustadora, mas no fundo pode ser bastante libertadora e impulsionadora de novas mudanças. 

Assim, 

1) pense ativamente na mudança (fase contemplativa), 
2) passe aos preparativos para a mudança (fase de preparação)
3) inicie a mudança em si (fase de ação). 


Mas não se esqueça! Tal como as plantas, tem que ser regada, numa fase de manutenção. 

Com qual dos processos se identifica melhor? Por onde vai começar?


Fonte: ISPA – Instituto Universitário - Dissertação



segunda-feira, 14 de novembro de 2016

O poder da observação - parte I (o colapso da função de onda)



           A ideia de função de onda na mecânica quântica e o seu colapso indeterminístico durante uma medição é sem dúvida o problema mais controverso da física da atualidade. Das várias "interpretações" da mecânica quântica, mais de metade nega o fenómeno do colapso da função de onda.

Mas afinal em que consiste o colapso da função de onda?
O colapso da função de onda, é também conhecido como a redução do pacote de ondas. Assim, a melhor ilustração da função de onda é a sua passagem através de fendas na famosa experiência da dupla-fenda (realizada em 1801 por Thomas Young). Durante vários séculos se sabe que as ondas que passam através de uma pequena abertura criam ondas circulares que se movimentam a partir dessa mesma abertura. Deste modo, se existirem duas aberturas, a partir de cada abertura, é possível produzir ondas de uma intensidade duplamente superior, resultando num padrão característico de onda.


Embora se pense que o colapso da função de onda seja historicamente causado por uma medição, e, portanto, dependente do papel do observador na preparação da experiência, colapsos podem ocorrer sempre que os sistemas quânticos interagem (por exemplo, colisões entre partículas) ou mesmo espontaneamente (decaimento radioativo).

A alegação de que um observador é necessário para colapsar a função de onda tem constituído um elemento severamente antropomórfico na teoria quântica, o que sugere que nada acontece no universo, exceto quando os físicos fazem medições. Um exemplo extremo é a teoria de Hugh Everett, que diz que o universo se divide em dois universos quase idênticos sempre que uma medição é feita.
 


Curioso? Pretende saber mais sobre este tipo de fenómenos? 
Então esteja atento a futuras publicações no nosso blog, onde vamos retratar estes assuntos e muito mais!

Fonte: Information Philosopher (link)

Física Quântica e Espiritualidade


Física Quântica e as Ciências Contemplativas partilham uma base comum?

  A Física Quântica, a Espiritualidade e a nossa experiência de vida encontram-se intimamente ligados. Estes conceitos não são tão diferentes como normalmente se pensa, sendo por outro lado interdependentes. Mas afinal, o que é isto da Física Quântica?
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O que é a Física Quântica?
   A Física Quântica, é uma forma de ciência altamente especializada (e aparentemente estranha) que, ao contrário da Física Clássica, estuda, explora e explica a origem das coisas no mundo tangível.

Os físicos quânticos exploram a natureza da realidade começando no nível subatômico (invisível aos nossos olhos). Esse nível subatômico é atingido através da quebra das coisas físicas na sua forma mais pura e básica, de modo a descobrir a fonte da qual derivam.


A partir de um ponto de vista estritamente intelectual, a definição de Física Quântica e o trabalho dos físicos quânticos, pode parecer realmente complexo. Porém, quando nos tornamos conscientes e combinamos as conclusões reveladas pela Física Quântica, com o que os místicos, sábios, mestres e filósofos da antiguidade têm a dizer sobre a vida, chegamos à conclusão que a Física Quântica e as Ciências Contemplativas partilham uma base comum.


Fontes:
   

Embracing Mind: the Common Ground of Science and Spirituality,” by Wallace, B. Alan & Brian Hodel (book review)

Principles of Contemplative Science, by Alan Wallace (download pdf)

Blog - Abundance and Happiness (Físicas Quânticas) - link

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Aceitação Vs Resignação - parte II


A imagem parece-lhe familiar? Sente-se assim muitas vezes? Pare, escute e pense! 

NÃO SE RESIGNE... Resignação implica a não aceitação da vida como ela se apresenta. 
O resignado deseja, sempre, que as coisas tivessem acontecido de maneira diferente, pelo que se mantém preso ao passado, numa situação de grande sofrimento, dado o conflito interior para controlar o incontrolável

Na resignação, finge-se conformar com o que está a acontecer, ao mesmo tempo que se continua à espera que a situação seja de outra forma.

Trata-se de uma atitude passiva, cujas vítimas alimentam a própria impotência perante um acontecimento, e abandonam a luta, recusando a realidade e a ação e, assumindo o discurso da impotência é assim, não há nada que eu possa fazer.

Largue o passivo e agarre com alma o ativo! 

Siga o exemplo de Dalai Lama "Quando as coisas ficam difíceis, eu aceito-as. Claro que às vezes sinto frustração ou arrependimento, mas não me incomodo muito. Segundo a tradição budista, nenhuma força é capaz de mudar o efeito das causas de outras vidas. Então, não há razão para arrependimento. É preciso aceitar a situação e usá-la da melhor maneira".

Ler sobre a atitude de aceitação no post anterior - parte I (link).

Neurociência Contemplativa

Dr. Richard J. Davidson
O doutor Richard J. Davidson é o melhor no seu trabalho inovador no estudo da emoção e do cérebro.

Amigo e confidente de Dalai Lama, é um especialista e palestrante altamente solicitado, liderando palestras sobre bem-estar em estágios internacionais como o World Economic Forum, onde serviu no Global Council on Mental Health.

Foi nomeado pelo jornal Time Magazine  uma das 100 pessoas mais influentes no Mundo em 2006.
Dr. Richard J. Davidson e Dalai Lama
A sua pesquisa é amplamente focada nas bases neuronais da emoção e do estilo emocional assim como em métodos para promover o florescimento humano, incluindo a meditação e práticas contemplativas relacionadas.

Os seus estudos têm vindo a ser efectuados em qualquer pessoa, não havendo excepção, desde o nascimento até à velhice. Em adição, conduziu estudos quer em indivíduos com desordens emocionais como por exemplo, desordens de ansiedade, humor e autismo, quer com indivíduos praticantes de meditação avançada com muitos anos de experiência.

A sua pesquisa utiliza uma variedade de métodos incluindo diferentes variedades de ressonância magnética, exames de Medicina Nuclear como a Tomografia de Emissão de Positrões (PET), electroencefalografia e métodos modernos genéticos e epigenéticos.


Livro do Dr. Richard J. Davidson e Sharon Begley
Davidson publicou centenas de artigos científicos e é o autor, assim com Sharon Begley, do bestseller do The New York Times The Emotional Life of your Brain” publicado em 2012. Tem sido destaque em vários meios de comunicação, como por exemplo, The Today Show, ABC’s Nightline, National Public Radio, National Geographic Magazine, Time Magazine, entre muitas outras plataformas. 

Ao longo da sua carreira, publicou mais de 300 artigos e 80 capitulos/revisões e editou 14 livros.



Efeito Borboleta (Butterfly Effect)


O bater de asas de uma borboleta no Brasil 
pode desencadear um tornado no Texas.
Essa frase, já repetida em várias ocasiões com eventuais diferenças nos locais citados, define o que os pesquisadores chamam de “Butterfly Effect”. Mas como podemos provar esta interdependência entre acontecimentos/fenómenos individuais sem qualquer tipo de ligação?

O "Butterfly Effect" (Efeito Borboleta) é o conceito de que pequenas causas podem ter grandes efeitos. 
O bater de asas de uma borboleta, aparentemente insignificante, não é assim tão insignificante, já que ele chega a causar uma perturbação na pressão do ar. Sendo que essa perturbação, ao redor do corpo da borboleta, é facilmente absorvida, porque a pressão do ar é cem mil vezes maior. A poucos centímetros da borboleta, o impacto é totalmente absorvido.

O que se chama “efeito borboleta” é enunciado dentro de uma ideia mais ampla, a teoria do caos. Os físicos utilizam essa teoria numa série de aplicações na observação do universo. A meteorologia, o exercício constante de prever o tempo, trabalha com muitas margens de erro e a maioria está associada a pequenos eventos que se desdobram em consequências maiores.

Foi concebido pela primeira vez, pelo matemático americano Edward Lorenz em 1963, sendo que essa história de as borboletas causarem furacões era apenas uma alegoria demonstrativa. O principal objectivo era apenas ilustrar, baseado num esquema gráfico associado a uma equação, como pequenos eventos podem originar grandes consequências.



O Efeito Borboleta é, também, o nome de um filme de suspense e ficção cientifica lançado em 2004 que se inspirou na ideia apresentada pelo efeito borboleta. O filme escrito e dirigido pela dupla J. Mackye Gruber e Eric Bress alcançou grande sucesso mundial tendo como protagonistas Ashton Kutcher e Amy Smart.


Quer saber mais sobre esta teoria fascinante? Clique aqui...


As teorias Free Will e Free Choice - Introdução




Henry Stapp, físico e investigador americano defende que a mecânica quântica é um processo que nos permite compreender a racionalidade dos pensamentos humanos conscientes e a sua evidente capacidade empírica de influenciar o comportamento humano. 

De acordo com ...., a escolha consciente entre fazer A ou B causa um colapso da função de onda universal (a explorar num post futuro), ou seja, as decisões que tomamos agora, influenciam não só o presente como o futuro, de nós próprios e de todos aqueles que nos rodeiam.




Para este investigador, o ser humano não tem controlo sobre os acontecimentos do nosso quotidiano, pelo que as várias teorias do universo quântico que ele explora, tornam-se, por vezes, ambíguas e abstratas. 

Assim, as decisões que livremente procuramos tomar, nem sempre vão ao encontro do livre-arbítrio, sendo que o autor define este conceito através de duas teorias das ciências da consciência, que designou como Free Will e Free Choice: 
            
=> Free Will é definido pelo autor como  "o poder de escolha das nossas ações ou uma escolha ou decisão voluntária sem entraves ou obstáculos." Esta vontade, de modo a ser livre, não deve de ser determinada apenas por realidades físicas já descritas, sozinhas ou em conjunto com quaisquer outros aspectos da realidade. Mas este eu interior mental, de acordo com os princípios da física clássica, não tem o poder de escolher o seu próprio curso de ação, tornando assim o "livre arbítrio" da pessoa uma ilusão.

=> Free Choice, segundo a mecânica quântica as "escolhas livres" são precursoras necessárias às "escolhas aleatórias" da natureza. Assim, Bohr descreveu esta escolha como "a livre escolha do arranjo experimental para o qual a estrutura matemática do formalismo quântico oferece a latitude apropriada". Na prática, essa escolha parece vir de "razões": pelas quais o experimentador escolhe executar essa experiência em particular, em vez de outra.



Fontes:
"Free Will" by Henry P. Stapp,   Theoretical Physics Group,  Lawrence Berkeley National Laboratory,  University of California

An interview with Henry Stapp, 2014, Social Epistemology




Para saber mais sobre estas duas teorias, consulte os seguintes vídeos:







domingo, 6 de novembro de 2016

Vacuidade: A verdadeira felicidade

A felicidade da liberdade é a felicidade mais alta: a felicidade da vacuidade
Quando a mente compreende a vacuidade; quando a mente vê ou percebe a vacuidade; então ela mesma é vazia; porque quando a mente percebe ou vê a vacuidade, ela não vê nada que possa ser tomado como ‘bom’ ou ‘mau’; não há nada para ser agarrado como ‘positivo’ ou ‘negativo’ e assim então, a mente é vazia como um todo. 

Quando a mente é vazia, isso é a felicidade suprema, não há nenhuma felicidade que se aproxime tanto desta mais verdadeira e genuína felicidade da vacuidade. Esta é a felicidade da liberdade, quando a mente é completamente liberta de todas as coisas que têm poder sobre ela, que a influencia, que a apanha em armadilhas, que empurra seus botões e assim sucessivamente. Esta é a felicidade mais alta, a felicidade da vacuidade.Ajahn Buddhadasa

Este tipo de vacuidade não exige muitos anos de treino e/ou experiência, pelo que, toda a gente tem na sua vida momentos de vacuidade, nem que seja momentos muito curtos, em que a mente está completamente livre.
Quando nos apercebemos realmente da vacuidade e quando percebemos o que verdadeiramente é, viramos a nossa vida em direção a essa mesma vacuidade e partimos para uma vida genuína e vazia, que está acima das condições mundanas. Aí começamos a compreender isto como uma felicidade mais alta e genuína.

Quando há egoísmo a mente não está vazia; quando não há nenhum egoísmo, a mente está vazia e livre.

O propósito de compreender a vacuidade e meditar sobre ela é livrar nossa mente de conceções erradas e aparências equivocadas, para que nos possamos tornar um ser completamente puro, ou iluminado. Neste contexto:
=>conceção errada” refere-se a uma mente conceitual que se agarra aos objetos como se fossem verdadeiramente existentes; e 
=> “aparência equivocada” refere-se à aparência de existência verdadeira dos objetos. 

Conceções erradas são obstruções à libertação e aparências equivocadas são obstruções à omnisciência

Só um Buda abandonou ambas as obstruções.

 Fontes:


sábado, 5 de novembro de 2016

Ciências da Consciência segundo as Ciências Contemplativas - Introdução


B. Alan Wallace, um respeitado estudioso do budismo, propõe que as metodologias contemplativas do budismo e da ciência ocidental sejam integradas numa única disciplina: a ciência contemplativa

A ciência da consciência introduz métodos de investigação da mente por meio de técnicas budistas de meditação, como o shamatha (um método sofisticado para treinar a atenção). Assim como os cientistas fazem suas observações e conduzem as suas experiências com a ajuda da tecnologia, os meditadores têm testado suas próprias teorias com a ajuda de capacidades meditativas altamente desenvolvidas para a observação e a experiência. 
A ciência contemplativa proporciona um conhecimento mais profundo dos fenómenos mentais. A ciência contemplativa propõe uma perspetiva inovadora para expandir nossa capacidade de alcançar o autêntico bem-estar.


B. Alan Wallace com Dalai Lama na Suíça em 1979
B. Alan Wallace, no outono de 1989, iniciou um programa de estudos religiosos na Universidade de Stanford, onde se focou na ligação entre Budismo e ciências e filosofias ocidentais. Estes estudos estão intimamente relacionados com o seu papel como interprete e organizador das conferências "Mind and Life" com Dalai Lama. Em 1992, patrocinado pelo Instituto Mind an Life, que ajudou a fundar, viajou largamente pelo Tibete. 
Em 1995, completou a sua dissertação de doutoramento em treino atencional no Budismo Tibetano e a sua relação com as teorias modernas de  psicologia e fisiologia na atenção e na consciência.

Agora vive em California onde é o presidente e fundador do Instituto para Estudos de Consciência de Santa Barbara e ensina filosofia e meditação budista (ver CV).

B.Allen Wallace - bibliografia detalhada
B. Alan Wallace nasceu na Pasadena, Califórnia em 1950. Alan Wallace foi criado e educado nos Estados Unidos, Escócia e Suíça. Em 1968, entrou na Universidade da Califórnia em San Diego, onde em dois anos preparou-se para uma carreira na ecologia com um interesse secundário em filosofia e religião. no entanto, no seu terceiro ano de licenciatura na Universidade de Göttingen, no oeste da Alemanha os seus interesses mudaram no sentido da filosofia e religião começando a estudar Budismo e linguagem Tibetana na cidade de Dharamsala, Índia em 1971 durante 4 anos.
Em 1975, por requerimento de Dalai Lama, juntou-se à eminente escola de Budismo Tibetano, Geshe Rabten na Suíça. Ao longo dos quatro anos seguintes, continuou os seus estudos e ensinou filosofia Tibetana e meditação na Suíça, Itália, Alemanha, França e Inglaterra.
No final do ano 1979, iniciou uma série de quatro anos de retiros contemplativos, primeiramente na Índia, sob a direção de Dalai Lama e seguidamente em Siri Lanka e nos Estados Unidos.
Em 1984, após 13 anos de abstenção da educação ocidental, voltou a iniciar os estudos na Universidade Amherst para terminar a sua licenciatura onde estudou física, Sanskrit e fundações filosóficas da física moderna.